Quantas vezes você se perguntou se a terapia estaria dando certo ou se terapia funciona real e para quê? Para quem?
Sabe… cuidar de si é um processo, e a questão é que ele não se dá num caminho ascendente e o ponto onde você está agora não é uma evolução de um estágio anterior. Esses processos se dão por fluxos de afetos e eles são espiralares…
Você vai ter a sensação de estar passando pelas mesmas coisas repetidas vezes, e vai ser isso mesmo. A gente repete até fazer diferente. Mas tem um detalhe importante sobre essas repetições que precisa ser dito: você não é a mesma quando volta a um lugar que já conheceu… Você já foi afetada por aquele lugar outrora. Sabe a história do corpo que não passa duas vezes pelo mesmo rio? Então… é sobre isso.
Confia no processo. A implicação é pela experimentação… Não é pela continuidade ou pelos resultados, mas por gozar um tanto no caminho e surfar pelos fluxos dos acontecimentos. Muitas das narrativas que se desdobram das nossas repetições ignoram que tudo o que fizemos foi o melhor que podíamos com o possível que tínhamos.
O processo terapêutico é um campo de produção de desejos e afetos. Nele podemos explorar seus próprios fluxos de desejo, conectando-os com diferentes aspectos de sua vida, das suas relações e do mundo ao seu redor. Como seríamos se nossos desejos e fluxos não fossem limitados por estruturas preestabelecidas? Como nos desfazer das camadas de repressão impressas em nossas peles e encontrar novas formas de ser e de desejar?
Não estamos aqui para fornecer respostas, mas para fomentar a experimentação e, através de uma micropolítica do desejo, voltar-nos para as interações e conexões cotidianas que vão desenhando em nós modos de subjetivação e subjetividades. No processo terapêutico, cartografamos essas conexões e investimos na transformação das relações de poder e desejo que operam nelas.
E o que isso quer dizer na prática? Que vamos investigar seus contornos e quais trechos deles são permeáveis, quais estão cristalizados, onde tem potência de transformação no aqui e agora e quais seus desejos no caminho. Todos esses processos são transitórios e inacabados.
Não é pelo fim em si que buscamos, mas pelo processo de aprender a nadar por correntezas e plácidas superfícies quando necessário; se a melhor estratégia é o mergulho ou boiar, se é se deixar levar pelo fluxo das águas e buscar pela margem do rio… É sobre SENTIR o que cada momento precisa e se autorizar a se dar isso, ao invés de ver valor somente na perfeição das braçadas.
Então, terapia funciona? O que diz se o processo terapêutico tá dando certo ou não? De verdade? Quando a gente entende que nada é certo, é tudo provisório, temporário, inacabado, incompleto… quando a falta de certezas abre caminhos e acolhe a ansiedade, mesmo com as neuroses continuando a gritar, e conseguimos imergir nossos corpos e sentir a densidade da Vida proporcionar outro acolhimento, podemos dizer que a parceria terapêutica está funcionando.
Invista em você e CONFIA NO PROCESSO. Não há moralidade ou paradigma pré-estabelecidos capazes de dizer mais de si que sua própria experimentação. Não há saberes e práticas instituídas capazes de superar a potência de criação dos bons encontros. Dá trabalho, é cansativo e dói mas a Vida pede coragem de deixar as águas nos navegar porque estas são imparáveis.
Se você deseja iniciar um processo terapêutico e não sabe por onde, te convido a conversar comigo e experimentar um encontro com meu trabalho enquanto psicóloga clínica. Aqui eu posso garantir um espaço de acolhimento para suas demandas e uma disponibilidade para a composição de minha parte. Faço da minha clínica um laboratório onde podemos experimentar e ensaiar possíveis para as particularidades do seu momento e realidade.
Micheli Aparecida de Paula
Psicóloga Clínica e Política
CRP: 06/100735